O documento interno da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (veja aqui) é chocante sob vários aspectos. Este blog chama a atenção para um deles: a descrição franca do uso de recursos de comunicação públicos (que deveriam ser de todos) para uso partidário (particular, portanto). A ponto de descrever Agência Brasil, Voz do Brasil e páginas oficiais do governo nas redes sociais como produtoras de “munição” para uso partidário. A ponto de defender a concentração de verbas publicitárias em São Paulo, onde os protestos são mais intensos.
Isso não é novidade, nem exclusividade do PT. No Brasil, os recursos da comunicação estatal são usados largamente, por todos os governos, na sua promoção partidária. Estamos falando de muitas estruturas, milhares de funcionários públicos envolvidos, e verbas que, considerando todo o Brasil e os três níveis de governo, chegam a R$ 5 bilhões. É muito dinheiro e muita energia para ser usada de forma tão estreita, para beneficiar tão poucos.
O Brasil precisa de uma comunicação pública de verdade. Verbas e energias voltadas para tratar dos assuntos concretos dos cidadãos: educação, saúde, segurança, cidadania. Campanhas direcionadas para mudar comportamentos negativos e estimular posturas positivas dos cidadãos. Trabalhos que envolvam a sociedade civil e os movimentos que, de verdade, querem mudar para melhor aspectos da nossa vida.
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